Olá,
Começaremos uma breve troca de experiências acerca da
BIBLIOGRAFIA DO CONCURSO DA SEE/SP, afim
de que possamos facilitar a compreensão bem como partilhar opiniões da mesma.
O primeiro autor é da BIBLIOGRAFIA PARA O CONCURSO DE LÍNGUA PORTUGUESA BAGNO MARCOS – GRAMÁTICA PEDAGÓGICA DO PORTUGUÊS BRASILEIRO.SÃO
PAULO: PARÁBOLA,2011
Trata-se de um livro extremamente interessante, pois aborda
de maneira inequívoca a insistência de alguns profissionais em “ensinar”,
transmitir de modo além de excessivo desnecessário e descontextualizado a
Gramática.
O autor critica alguns autores e professores os denominando
“puristas”, pois além de inserir uma gramática absolutamente fora de contexto
DE UTILIDADE REAL PARA O APRENDIZ, a perpetuação de palavras, expressões ,
incluindo pronomes como “vós”, arcaicas e sem sentido.
Para o Bagno, além de termos a formação docente precária, tendo
em vista que ao ingressar na Universidade espera-se que o “futuro docente” já
tenha domínio necessário da gramática da Língua materna, o que se sabe não é
fato; isto nos apresenta professores despreparados, que se apoiam em livros e
“aulas prontas e fechadas”, não
respeitando o aluno pensante, uma vez que o próprio professor / não foi
preparado e não se preparou para ter respostas...
O autor também é bastante contestador no tocante a “Língua
Culta” e a LÍNGUA REAL, que os “puristas se recusam a aceitar como válida,
segundo ele nem mesmos os mais arraigados na Língua Normativa utilizam-na,
porém ainda assim a defende e não se abrem ao reconhecimento da Língua Real
BRASILEIRA.
Bagno é muito explícito quando separa a NOSSA LÍNGUA, NOSSA
MANEIRA DE FALAR COM A Língua PORTUGUESA, sendo que esta para o autor nada
possui de verossímil com a LÍNGUA BRASILEIRA.
O educando deve ter acesso à GRAMÁTICA , porém de forma
CONTEXTUALIZADA, NÃO POR MEIO DE TRANSFORMAÇÕES SOLTAS DE FRASES .Levar o aluno
à DECORAR “ORAÇÕES SUBORDINADAS SOLTAS, SEM CONTEXTUALIZAÇÃO, FORA DE UM TEXTO
REAL E SIGNIFICATIVO PARA O ALUNO ALÉM DE INÚTIL NÃO É INTELIGENTE DA PARTE DO
EDUCADOR E DE AUTORES.
Insistir em que o educando DECORE OS PRONOMES VERBAIS
ARCAICOS, OBSOLETOS EM DESUSO HÁ MUITO TEMPO, PARA O AUTOR É PERDA DE TEMPO
PARA AMBOS.
ELE QUESTIONA SITUAÇÕES REAIS EM QUE SE UTILIZA O PRONOME
“VÓS” POR EXEMPLO.Se não se usa, por que insistimos em ensiná-las em detrimento
de ENSINO REAL, SIGNIFICATIVO PARA os
estudantes?
Qual a importância para o aluno de se DECORAR OS TEMPOS
VERBAIS E NÃO APLICÁ-LOS EM SEU DIA A DIA? O ALUNO TEM DIREITO, NÃO OBRIGAÇÃO,
É FATO AO CONHECIMENTO DA GRAMÁTICA, CONTEXTUALIZADA, ENTRETANTO O PROFESSOR
TEM O DEVER DE CONHECÊ LA, DOMINA-LA, O QUE SE SABE É TANTO UTÓPICO
ATUALMENTE...
É preciso que o aluno conheça as variantes da LÍNGUA
BRASILEIRA, NÃO SENDO FORÇADO A DECORAR FRASES SEM CONTEXTUALIZAÇÃO,
SIGNIFICADO PARA O MESMO. É necessário que o aluno saiba que existem variantes
da chamada “Língua Culta” e esta se dá nas ruas, no falar das pessoas.
“...se quem vai para a escola são brasileiros, por que se
tem que ensinar esta Língua a estas pessoas?...” ( sic).
É preciso respeitar A LÍNGUA REAL E DAR-LHE O DEVIDO VALOR,
sem preconceitos de certo ou errado.
A melhor maneira de familiarizar o educando com a Língua
Normativa é ATRAVÉS DA ESCRITA E LEITURA CONSTANTE, pois é neste momento em que
a gramática se faz significativa e útil.
Existe para o autor O VGB ( VERNÁCULO GERAL BRASILEIRO) E O
TGP ( TRADIÇÃO GRAMATICAL DO PORTUGUÊS), segundo a tradição um exclui o outro
veja “...Não há porque negar legitimidade ao que já está legitimado por todos
os falantes, incluindo os urbanos e altamente letrados, pela nossa melhor
literatura...”.
Está legitimado o “VERNÁCULO GERAL BRASILEIRO” uma vez que
já é uso VIVO, E UMA LÍNGUA SÓ EXISTE NA
VIVÊNCIA, NA VIDA REAL E ATUAL DE UM POVO.
Por que negar tão tacitamente a expressão “A GENTE”, se no
cotidiano é exatamente assim que falamos, que somos compreendidos “ A gente é
carente de educação verdadeira e séria”.
Cabe um aparte, aos estudantes, que a expressão A GENTE
SEMPRE É UTILIZADA NO SINGULAR.
Uma vez que expressões como esta, condenáveis à Língua Culta
( Tradição Gramatical do Português), é utilizada, é compreendida e se faz compreender
há anos, ESTÁ LEGITIMADA; cabe ao professor OFERECER OPÇÕES ENCONTRADAS NA
LÍNGUA PADRÃO, NÃO NEGÁ-LA.
“...A NORMA PADRÃO ACABA PERDENDO ESPAÇO PARA A NORMA REAL ,
HABITUAL,NORMAL, PELOS USOS FEITOS PELOS FALANTES EM SUAS ATIVIDADES
LINGUÍSTICAS COTIDIANAS...”(sic).
É função da escola ensinar o QUE AS PESSOAS NÃO SABEM, é nos
gêneros textuais escritos mais monitorados ( por professores/educadores) que
vamos buscar nossas exemplificações do REAL FUNCIONAMENTO DA GRAMÁTICA DO
PORTUGUÊS BRASILEIRO.
ESTES GÊNEROS MONITORADOS É DEVER DA ESCOLA LEVAR SEUS
ALUNOS A CONHECER, RECONHECER, DOMINAR E EMPREGAR.
O recurso a esses gêneros serve também como argumento contra
aqueles que tentam não parecer autoritários ou puristas, alegando que na fala
tudo pode, na escrita NUNCA, como se fala e escrita fossem duas entidades
totalmente diferentes.
Com isto estamos assumindo a postura igualmente política de
abandonar a arcaica separação entre “certo e errado”.
Não sugerimos que o aluno não tenha acesso à norma padrão
veiculada pela TGP, até porque ela vai surgir inevitavelmente nos textos que o
aluno terá em seu processo de escolarização.reivindicamos , porém, que ela não
seja usada como mecanismo didático de negação do VGB, tampouco como instrumento
para DEPRECIAR NOSSA LÍNGUA MATERNA.
O autor nos fornece dados alarmantes nem tanto para os
profissionais reais da educação, um deles nos faz repensar o que e para que
ensinamos:
“...Somente 38% dos que cursaram alguma série ou completaram
o Ensino Médio atingem o nível pleno de alfabetismo, (que é esperado para 100%
deste grupo); entre os que cursaram o ensino superior apenas 68% saem com
pleno domínio de conhecimento...”.
“Será que alguém realmente acredita, que é possível levar
uma pessoa a dominar plenamente as habilidades de leitura e escrita OBRIGANDO A
ELA DECORAR A SUPOSTA DIFERENÇA ENTRE ADJUNTO NOMINAL E COMPLEMENTO
NOMINAL...Ou a fazer uma criança na 5ª/6º série ( (lembrando que segundo
pesquisas, a maioria dos alunos nessa etapa de ensino são praticamente analfabetos)
a reconhecer e rotular uma oração subordinada substantiva objetiva direta
reduzida de infinitivo?
O escasso tempo que se passa na escola não pode ser
desperdiçado com tanta coisa inútil, irrelevante e, como se não bastasse,
repleta de inconsistências teóricas, de erros puros, simples e de absurdos
metodológicos...”
Penélope Sharmosa