sexta-feira, 11 de outubro de 2013

BIBLIOGRAFIA DO CONCURSO DA SEE/SP DE LÍNGUA PORGUESA, BAGNO MARCOS – GRAMÁTICA PEDAGÓGICA DO PORTUGUÊS BRASILEIRO.SÃO PAULO: PARÁBOLA,2011

Olá,

Começaremos uma breve troca de experiências acerca da BIBLIOGRAFIA DO CONCURSO DA SEE/SP,  afim de que possamos facilitar a compreensão bem como partilhar opiniões da mesma.
O primeiro autor é da BIBLIOGRAFIA PARA O CONCURSO DE LÍNGUA PORTUGUESA  BAGNO MARCOS – GRAMÁTICA PEDAGÓGICA DO PORTUGUÊS BRASILEIRO.SÃO PAULO: PARÁBOLA,2011

Trata-se de um livro extremamente interessante, pois aborda de maneira inequívoca a insistência de alguns profissionais em “ensinar”, transmitir de modo além de excessivo desnecessário e descontextualizado a Gramática.
O autor critica alguns autores e professores os denominando “puristas”, pois além de inserir uma gramática absolutamente fora de contexto DE UTILIDADE REAL PARA O APRENDIZ, a perpetuação de palavras, expressões , incluindo pronomes como “vós”, arcaicas e sem sentido.
Para o Bagno, além de termos a formação docente precária, tendo em vista que ao ingressar na Universidade espera-se que o “futuro docente” já tenha domínio necessário da gramática da Língua materna, o que se sabe não é fato; isto nos apresenta professores despreparados, que se apoiam em livros e “aulas prontas e fechadas”, não  respeitando o aluno pensante, uma vez que o próprio professor / não foi preparado e não se preparou para ter respostas...
O autor também é bastante contestador no tocante a “Língua Culta” e a LÍNGUA REAL, que os “puristas se recusam a aceitar como válida, segundo ele nem mesmos os mais arraigados na Língua Normativa utilizam-na, porém ainda assim a defende e não se abrem ao reconhecimento da Língua Real BRASILEIRA.
Bagno é muito explícito quando separa a NOSSA LÍNGUA, NOSSA MANEIRA DE FALAR COM A Língua PORTUGUESA, sendo que esta para o autor nada possui de verossímil com a LÍNGUA BRASILEIRA.
O educando deve ter acesso à GRAMÁTICA , porém de forma CONTEXTUALIZADA, NÃO POR MEIO DE TRANSFORMAÇÕES SOLTAS DE FRASES .Levar o aluno à DECORAR “ORAÇÕES SUBORDINADAS SOLTAS, SEM CONTEXTUALIZAÇÃO, FORA DE UM TEXTO REAL E SIGNIFICATIVO PARA O ALUNO ALÉM DE INÚTIL NÃO É INTELIGENTE DA PARTE DO EDUCADOR E DE AUTORES.
Insistir em que o educando DECORE OS PRONOMES VERBAIS ARCAICOS, OBSOLETOS EM DESUSO HÁ MUITO TEMPO, PARA O AUTOR É PERDA DE TEMPO PARA AMBOS.
ELE QUESTIONA SITUAÇÕES REAIS EM QUE SE UTILIZA O PRONOME “VÓS” POR EXEMPLO.Se não se usa, por que insistimos em ensiná-las em detrimento de ENSINO REAL, SIGNIFICATIVO PARA  os estudantes?
Qual a importância para o aluno de se DECORAR OS TEMPOS VERBAIS E NÃO APLICÁ-LOS EM SEU DIA A DIA? O ALUNO TEM DIREITO, NÃO OBRIGAÇÃO, É FATO AO CONHECIMENTO DA GRAMÁTICA, CONTEXTUALIZADA, ENTRETANTO O PROFESSOR TEM O DEVER DE CONHECÊ LA, DOMINA-LA, O QUE SE SABE É TANTO UTÓPICO ATUALMENTE...
É preciso que o aluno conheça as variantes da LÍNGUA BRASILEIRA, NÃO SENDO FORÇADO A DECORAR FRASES SEM CONTEXTUALIZAÇÃO, SIGNIFICADO PARA O MESMO. É necessário que o aluno saiba que existem variantes da chamada “Língua Culta” e esta se dá nas ruas, no falar das pessoas.
“...se quem vai para a escola são brasileiros, por que se tem que ensinar esta Língua a estas pessoas?...” ( sic).
É preciso respeitar A LÍNGUA REAL E DAR-LHE O DEVIDO VALOR, sem preconceitos de certo ou errado.
A melhor maneira de familiarizar o educando com a Língua Normativa é ATRAVÉS DA ESCRITA E LEITURA CONSTANTE, pois é neste momento em que a gramática se faz significativa e útil.
Existe para o autor O VGB ( VERNÁCULO GERAL BRASILEIRO) E O TGP ( TRADIÇÃO GRAMATICAL DO PORTUGUÊS), segundo a tradição um exclui o outro veja “...Não há porque negar legitimidade ao que já está legitimado por todos os falantes, incluindo os urbanos e altamente letrados, pela nossa melhor literatura...”.
Está legitimado o “VERNÁCULO GERAL BRASILEIRO” uma vez que já é uso VIVO, E UMA LÍNGUA SÓ EXISTE  NA VIVÊNCIA, NA VIDA REAL E ATUAL DE UM POVO.
Por que negar tão tacitamente a expressão “A GENTE”, se no cotidiano é exatamente assim que falamos, que somos compreendidos “ A gente é carente de educação  verdadeira e séria”.
Cabe um aparte, aos estudantes, que a expressão A GENTE SEMPRE É UTILIZADA NO SINGULAR.
Uma vez que expressões como esta, condenáveis à Língua Culta ( Tradição Gramatical do Português), é utilizada, é compreendida e se faz compreender há anos, ESTÁ LEGITIMADA; cabe ao professor OFERECER OPÇÕES ENCONTRADAS NA LÍNGUA PADRÃO, NÃO NEGÁ-LA.
“...A NORMA PADRÃO ACABA PERDENDO ESPAÇO PARA A NORMA REAL , HABITUAL,NORMAL, PELOS USOS FEITOS PELOS FALANTES EM SUAS ATIVIDADES LINGUÍSTICAS COTIDIANAS...”(sic).
É função da escola ensinar o QUE AS PESSOAS NÃO SABEM, é nos gêneros textuais escritos mais monitorados ( por professores/educadores) que vamos buscar nossas exemplificações do REAL FUNCIONAMENTO DA GRAMÁTICA DO PORTUGUÊS BRASILEIRO.
ESTES GÊNEROS MONITORADOS É DEVER DA ESCOLA LEVAR SEUS ALUNOS A CONHECER, RECONHECER, DOMINAR E EMPREGAR.
O recurso a esses gêneros serve também como argumento contra aqueles que tentam não parecer autoritários ou puristas, alegando que na fala tudo pode, na escrita NUNCA, como se fala e escrita fossem duas entidades totalmente diferentes.
Com isto estamos assumindo a postura igualmente política de abandonar a arcaica separação entre “certo e errado”.
Não sugerimos que o aluno não tenha acesso à norma padrão veiculada pela TGP, até porque ela vai surgir inevitavelmente nos textos que o aluno terá em seu processo de escolarização.reivindicamos , porém, que ela não seja usada como mecanismo didático de negação do VGB, tampouco como instrumento para DEPRECIAR NOSSA LÍNGUA MATERNA.
O autor nos fornece dados alarmantes nem tanto para os profissionais reais da educação, um deles nos faz repensar o que e para que ensinamos:
“...Somente 38% dos que cursaram alguma série ou completaram o Ensino Médio atingem o nível pleno de alfabetismo, (que é esperado para 100% deste grupo); entre os que cursaram o ensino superior apenas 68% saem com pleno  domínio de conhecimento...”.
“Será que alguém realmente acredita, que é possível levar uma pessoa a dominar plenamente as habilidades de leitura e escrita OBRIGANDO A ELA DECORAR A SUPOSTA DIFERENÇA ENTRE ADJUNTO NOMINAL E COMPLEMENTO NOMINAL...Ou a fazer uma criança na 5ª/6º série ( (lembrando que segundo pesquisas, a maioria dos alunos nessa etapa de ensino são praticamente analfabetos) a reconhecer e rotular uma oração subordinada substantiva objetiva direta reduzida de infinitivo?

O escasso tempo que se passa na escola não pode ser desperdiçado com tanta coisa inútil, irrelevante e, como se não bastasse, repleta de inconsistências teóricas, de erros puros, simples e de absurdos metodológicos...”  

Penélope Sharmosa

Nenhum comentário:

Postar um comentário